Sonhar, Criar, Voar
"Esse sonho foi de Ícaro,
Renasceu em Da Vinci
Pipas chinesas, aves de papel...
Era mais leve que o ar
Nos balões a flutuar
Cruzava mares, dirigível pelo céu"
(Acadêmicos do Salgueiro, 2002)
O sonho é voar e tirar o pé do chão e flutuar mundo afora. Perseguiu diferentes humanos e alimentou o sonho da criação e a criação do sonho. Aparentemente reservado a grandes gênios ou grandes sonhadores... A história de Ícaro que, recebendo do pai criador as asas que os libertariam do labirinto de Creta, voou tão alto que a cera que unia as penas derreteram, desfazendo as asas e o condenando ao mar e à morte. No século XV, o gênio Leonardo da Vinci já havia projetado modelos de máquinas voadoras ou acessórios para vôo; com um legado de mais de 5000 páginas de estudos, Da Vinci adiantou e muito o trabalho das questões físicas que envolviam a criação da máquina voadora. Em 1709, o padre brasileiro Bartolomeu Lourenço de Gusmão espantou a corte portuguesa, em Lisboa, com seu aeróstato: era mais leve que o ar e ganhou fama na Europa sob o nome de "passarola".
A criação do sonho ganha fôlego e novos ares no fim do século XIX e início do XX, quando diferentes inventores ao redor do mundo trabalhavam em busca de construir a revolução tecnológica que permitiria ao homem voar. É possível entendermos esse momento de virada de século através da presença de certo zeitgeist, o chamado "espírito da época". "A hipótese básica em que nos apoiamos é a suposição de que em cada fase histórica exista certo Zeitgeist, um espírito unificador que se comunica a todas as manifestações de culturas em contato, naturalmente com variações nacionais". (ROSENFELD, A. "Reflexões sobre o romance moderno", 2013). Foram inundados pelo zeitgest do sonho da criação o brasileiro Alberto Santos Dumont, e os americanos irmãos Wright, considerados, os 3, pioneiros da aviação - guardadas as devidas proporções e distinções.
No entanto, questionamos se apenas aos grandes foi concedido criar o sonho e sonhar a criação. A nós cabe apenas sentarmos em nossas poltronas, apertarmos os cintos e voar na invenção dos gênios?
De todas essas figuras, podemos nos aproximar cada dia mais de Ícaro e de Dédalo, que sonharam com a liberdade e criaram o sonho, tornando-o possível. A alternativa de escolha, a liberdade de criar e de fazer o que queremos com essa criação é algo que nos circunda, muitas vezes sem que percebamos. Somos livres quando nascemos, somos livres quando escolhemos, somos livres quando nos prendemos. Naturalmente livres, naturalmente contraditórios, naturalmente humanos, naturalmente sonhadores: voamos.
Saímos do chão com uma vitória, com uma comemoração, com uma emoção, com um beijo, com um abraço. O abraço que pode, por alguns segundos, roubar a liberdade de outra pessoa, permite ao mesmo tempo que essas duas, livres, voem na emoção daquele abraço, na troca que ele representa.
Talvez a liberdade seja uma ilusão. Mas voamos cada vez que nossa mente deixa o instante presente e a práxis. Não só. Voamos quando permitimos às nossas mãos a criação prática também. Sem as ações de Da Vinci, sonhador e criador, talvez demorássemos mais alguns anos pra voar. Sem as ações dos inventores pais da aviação, não chegaríamos onde estamos em que, num vôo de 10 horas sobre o Atlântico, se chega a Lisboa, onde se pode voar em cada rua, ao descobrir as cores, os sorrisos os sabores.
Sem voar, cada dia, não suportaríamos o peso da realidade. Cada momento especial é capaz de nos tornar mais leve que o ar e nos faz ganhar o nosso céu, a nossa recompensa.
Voemos!
Renasceu em Da Vinci
Pipas chinesas, aves de papel...
Era mais leve que o ar
Nos balões a flutuar
Cruzava mares, dirigível pelo céu"
(Acadêmicos do Salgueiro, 2002)
O sonho é voar e tirar o pé do chão e flutuar mundo afora. Perseguiu diferentes humanos e alimentou o sonho da criação e a criação do sonho. Aparentemente reservado a grandes gênios ou grandes sonhadores... A história de Ícaro que, recebendo do pai criador as asas que os libertariam do labirinto de Creta, voou tão alto que a cera que unia as penas derreteram, desfazendo as asas e o condenando ao mar e à morte. No século XV, o gênio Leonardo da Vinci já havia projetado modelos de máquinas voadoras ou acessórios para vôo; com um legado de mais de 5000 páginas de estudos, Da Vinci adiantou e muito o trabalho das questões físicas que envolviam a criação da máquina voadora. Em 1709, o padre brasileiro Bartolomeu Lourenço de Gusmão espantou a corte portuguesa, em Lisboa, com seu aeróstato: era mais leve que o ar e ganhou fama na Europa sob o nome de "passarola".
A criação do sonho ganha fôlego e novos ares no fim do século XIX e início do XX, quando diferentes inventores ao redor do mundo trabalhavam em busca de construir a revolução tecnológica que permitiria ao homem voar. É possível entendermos esse momento de virada de século através da presença de certo zeitgeist, o chamado "espírito da época". "A hipótese básica em que nos apoiamos é a suposição de que em cada fase histórica exista certo Zeitgeist, um espírito unificador que se comunica a todas as manifestações de culturas em contato, naturalmente com variações nacionais". (ROSENFELD, A. "Reflexões sobre o romance moderno", 2013). Foram inundados pelo zeitgest do sonho da criação o brasileiro Alberto Santos Dumont, e os americanos irmãos Wright, considerados, os 3, pioneiros da aviação - guardadas as devidas proporções e distinções.
No entanto, questionamos se apenas aos grandes foi concedido criar o sonho e sonhar a criação. A nós cabe apenas sentarmos em nossas poltronas, apertarmos os cintos e voar na invenção dos gênios?
De todas essas figuras, podemos nos aproximar cada dia mais de Ícaro e de Dédalo, que sonharam com a liberdade e criaram o sonho, tornando-o possível. A alternativa de escolha, a liberdade de criar e de fazer o que queremos com essa criação é algo que nos circunda, muitas vezes sem que percebamos. Somos livres quando nascemos, somos livres quando escolhemos, somos livres quando nos prendemos. Naturalmente livres, naturalmente contraditórios, naturalmente humanos, naturalmente sonhadores: voamos.
Saímos do chão com uma vitória, com uma comemoração, com uma emoção, com um beijo, com um abraço. O abraço que pode, por alguns segundos, roubar a liberdade de outra pessoa, permite ao mesmo tempo que essas duas, livres, voem na emoção daquele abraço, na troca que ele representa.
Talvez a liberdade seja uma ilusão. Mas voamos cada vez que nossa mente deixa o instante presente e a práxis. Não só. Voamos quando permitimos às nossas mãos a criação prática também. Sem as ações de Da Vinci, sonhador e criador, talvez demorássemos mais alguns anos pra voar. Sem as ações dos inventores pais da aviação, não chegaríamos onde estamos em que, num vôo de 10 horas sobre o Atlântico, se chega a Lisboa, onde se pode voar em cada rua, ao descobrir as cores, os sorrisos os sabores.
Voemos!
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