It doesn't even matter

Para ler ao som de: 

Talvez valha a pena escrever uma montanha de clichês, de vez em quando. Quem sabe eles expurgam o que tá aqui dentro, ajudam a ressignificar, a curar isso que tem feito tanto mal. Pra começar, manda aquela frase do Jota Quest: vivemos esperando dias melhores. Na real, porque como diz outra parte dessa música, vivemos esperando o dia em que seremos para sempre.

Essa é a história de um amor que não deu certo. Dois meninos que se encontraram numa festa aleatória e que já tinham se cruzado antes e que se curtiram e que começaram a ficar e que, desde o começo, se deram tão bem, que todos os sinais eram de que o mundo havia juntado duas pessoas que nasceram pra ficar juntas. Pra sempre.
Os primeiros beijos, os primeiros dias, as primeiras semanas, as músicas toda vez que completavam mais uma semana juntos. Durou quase até outubro essa brincadeira de postar música. As viagens, os sonhos, as transas, as primeiras brigas.
O amadurecimento. O apoio mútuo. A rotina. Os puxões de orelha. Os claros desentendimentos, porque nem sempre se é capaz de se apoiar.
O intercâmbio. As famílias. Confiar absolutamente - porque quando eles tavam em Florença ou em Veneza, ou às vezes no CRUSP, só tínham um ao outro. Podia não ser o melhor dos mundos, mas eles tinham um ao outro.
A real é que tem muito mais. A real é que cada um desses elementos poderiam ser descritos de forma detalhada. A real, de sempre, é que o lance desses dois era amor. Amor verdadeiro.
O vazio que fica, pelo menos pra um deles - esse mesmo que escreve essas linhas tortas - parece, posto hoje, um vazio que nunca será preenchido. A saudade é tão grande, a falta que o outro faz é imensa. A dor de não ter mais aquele com quem se podia contar é quase insuportável. É de sair pela casa chorando, deitar desesperado, só pensar nisso quase vinte e quatro horas por dia. É se perguntar, com medo da resposta: vai passar?
A esperança é de que um dia passe. Pra seguir nos cliclês: o tempo leva, né? Mas esse tempo todo.... Depois de tanto tempo, ter cada vez mais saudade, sentir cada vez mais falta. Doer cada vez mais forte, cada vez mais fundo.
Disse Adriana Calcanhoto: ainda tem o seu perfume pela casa, ainda tem você na sala, porque meu coração dispara quando tem o seu cheiro 'dentro de um livro', 'dentro da noite feliz'.

A real é que lutei até o fim. Fiz o que pude e o que não pude por você. Acreditei do fundo do coração que de todas as pessoas que passaram pela minha vida, você era a única que estaria até o fim. Pra você, dediquei minha vida e teria continuado. Queria ver nossos filhos correndo e perturbando e poder olhar no fundo do seu olho e lembrar o quanto eu te amava e o quanto eu sempre quis que a gente ficasse bem e seguisse esse caminho.
Com o tempo, aprendi que esse caminho era mais meu que seu e que seria absurdo só carregar você comigo. Era preciso que você quisesse vir. Era preciso encontrar o meio termo entre seu tempo e o meu. Era preciso...
Lembro que, mesmo nos piores dias, a alegria era poder abraçar você. Eu lembro de você chegando em casa ou de eu chegando onde fosse te encontrar e dar aquele abraço apertado - e eu sempre fui tão pequeno perto de você. Acho que até o último dia, meu olho ainda brilhava quando enxergava você. Faz por volta de quatro meses que eu não vejo você. E eu provavelmente nunca mais vou te ver, sentir seu abraço ou qualquer coisa do tipo. O tempo vai levar.
Você disse tantas vezes - quando brigamos por tanta coisa, mas principalmente sobre a relação aberta - que a gente não precisava se preocupar porque tínhamos um ao outro e poderíamos aproveitar a vida toda juntos. E eu sempre tão desesperado. Hoje é isso que temos. Abraços mal-aproveitados. Tempo perdido. E esse amor que insiste em bater no peito. O maior amor...

But in the end
It doesn't even matter

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