Umberto Neto - professor e pesquisador da cultura e da literatura. Um pouco de literatura, um pouco de samba, um pouco de amor... Enfim, um pouco da minha vida
Eternizada na voz de Cássia Eller, Relicário é uma música que trata de amor; através da metáfora do decorrer do dia, Nando Reis fala dos possíveis estágios de um relacionamento. Uma olhada atenta para a primeira estrofe nos permite algumas constatações interessantes: "É uma índia com um colar A tarde linda que não quer se pôr Dançam as ilhas sobre o mar Sua cartilha tem o A de que cor O que está acontecendo? O mundo está ao contrário e ninguém reparou O que está acontecendo? Eu estava em paz quando você chegou" Aqui o autor constrata imagens hora grandes - universais -, hora pequenas - inviduais. E isto está delimitado ou por versos ou por par destes. O primeiro verso traz uma imagem cotidiana, o segundo uma, digamos, 'universal', o que acontece nos dois versos seguintes respectivamente. A partir do quinto verso os pares representam o contraste, o par formado pelos versos 5 e 6 remetem-nos ao universal, 'o mundo', em contraste com os versos 7 e 8 que trazem o...
"Entre as coisas mais lindas que eu conheci Só reconheci suas cores belas quando eu te vi Entre as coisas bem-vindas que já recebi Eu reconheci minhas cores nelas então eu me vi Está em cima com o céu e o luar Hora dos dias, semanas, meses, anos, décadas E séculos, milênios que vão passar Água-marinha põe estrelas no mar Praias, baías, braços, cabos, mares, golfos E penínsulas e oceanos que não vão secar E as coisas lindas são mais lindas Quando você está Onde você está Hoje você está Nas coisas tão mais lindas Porque você está Onde você está Hoje você está Nas coisas tão mais lindas" Salve, Nando Reis... A música traduz perfeitamente o que sinto, nesse momento... Aliás, coitado de mim, o que sinto há um boooom tempo! Amor, meu amor... Monero, Eu te amo! E nem cabe explicação! =*
Desde pequeno penso em escrever... Ultimamente o meu desejo anda aflorado; às vezes fico pensando: e por que não escrever? Outras penso: e por que sim escrever? Muitas vezes me faço pergunta mais difícil: O que escrever? O grande mestre Carlos Drummond de Andrade respondeu-me essa pergunta: Poesia Gastei uma hora pensando um verso que a pena não quer escrever. No entanto ele está cá dentro e não quer sair. Mas a poesia deste momento inunda minha vida inteira. Fato é que escrever não deve ser algo datado, taxado pronto. Escrever deve ser uma atividade natural, independente. Mais que tudo isso escrever é inexplicável, principalmente em Língua Portuguesa, um prazer inexplicável! Faço minhas as palavras do inventivo Fernando Pessoa (traduzidas em samba pela Estação Primeira de Mangueira em 2007): "A minha Pátria é a minha Língua!" Percebo que as palavras saem naturalmente, e fluem, amontoam-se e organizam-se! Mantendo o pensamento do ilustre Fernando Pessoa que dizia: "Gosto...
Comentários