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Mostrando postagens de fevereiro, 2020

re-cinzas, re-carnaval

Quarta-feira As cinzas a cidade cinza o carnaval agora é saudade O sonho do carnaval não morre, mas adormece para dar sentido à vida que se desfralda na nossa frente, tal a bandeira da porta-estandarte. Cortejamos o carnaval como o mestre-sala corteja a dama e oferece o pavilhão àqueles que são capazes de amá-lo e respeitá-lo, por todos os dias de sua vida... E assim somos levados, na cadência dos dias, a sobreviver mais um dia, mais um mês, mais um ano... enquanto aguardamos, ansiosos, o carnaval que se aproxima, ainda que distante, ainda que tardio. Recolhemos nossos corpos, nossas vozes, nossas bandeiras e, melancólicos, rumamos para mais um ano que se inicia (novamente), suportando-o apenas pela promessa de que em 12 meses seremos, novamente, mais que nós, seremos um e muitos, seremos outros, seremos o outro, seremos todos carnaval. A evolução do calendário que espreme um dia após o outro e não deixa a harmonia desandar existe por uma razão: é nosso desafio con...