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Mostrando postagens de abril, 2019

Somos feitos de outonos

Meia estação, tempo de repetições. Dias comuns, rotinas desbotadas tal qual as folhas que caem das árvores ao bater do vento. No fim do dia, o recolhimento, o cansaço de mais um dia vencido, apesar dos pesares. E o que pesa, no fim do dia, no fim da vida, é nada. Viver tem sido esse grande vazio e lidar com ele é o significado do que é viver. Às vezes, viver é aceitar que são poucos os gênios, mais comum é a mediocridade da rotina. São poucos os magníficos, comum a simplicidade. São poucos os que serão lembrados, muitos serão esquecidos como a estação que se dissolve no decorrer dos dias, enquanto esperamos, iludidos, verões que se projetam com planos, férias, amores, viagens e felicidades que, também elas, passarão como passam as primaveras, os verões e os invernos. Essas linhas se repetem e se mostram, na minha frente, tão desafiadoras quanto os dias se desfiam na minha vida. Talvez escrevê-las seja mais uma tentativa de fugir ao esquecimento tácito do tempo, bem como é tam...