O mesmo, outra vez
Outrossim. Outrora. Outra vez, aqui. A rotina quase esmaga o que sobrou de mim, o que sobrou de nós. Mas basta um instante livre do peso do todo-dia para reviver mentalmente todo-o-dia o que vivemos. Para bem e para mal. Dançar na festa da faculdade e segurar a vontade do beijo. Conversar pela internet. Marcar um encontro. Encontrar e abraçar, no dia frio, sentindo o calor que emanava daquele amor que era semente e cresceu e floresceu e.... morreu. Morreu? Não morreu, porque se assim o fosse não estaria aqui, pulsando, virando palavra, caindo no papel o que transborda do coração. Sendo piegas. Sendo amor. Sendo vivo: “Hoje este gessozinho comercial/É tocante e vive, e me fez agora refletir/Que só é verdadeiramente vivo o que já sofreu”. Manuel Bandeira, sendo Manuel Bandeira, é bem capaz de definir o que sinto, o que é esse sentimento, que sofre e faz sofrer, mas que é tocante e vive e me faz refletir. Sempre. Depois de tanto tempo, ainda vivo, isso levanta perguntas, que pair...