Ainda guardo, renitente, um velho cravo para mim...
Foi bonita a festa, pá Fiquei contente Ainda guardo, renitente, Um velho cravo para mim. Já murcharam tua festa, pá Mas certamente Esqueceram uma semente N'algum canto de Jardim Sei que há léguas a nos separar Tanto Mar, Tanto Mar Sei também como é preciso, ó pá, Navegar, navegar. Canta a primavera, pá, Cá estou carente. Manda novamente Algum cheirinho de alecrim. Quanta 'coisa' guarda a existência de uma pessoa? Tanta coisa já foi vivida. Tanta coisa que caberia na vida de pelo menos 3 pessoas. Mas não, elas foram vividas por mim, e em mim elas vivem, existem, coexistem. Sou um pouco de Portugal, sou um pouco da Europa, sou um pouco do Brasil. Sou um tanto do primeiro, sou um tanto do segundo... sou um tanto de mim mesmo? Quem sou? Esse aglomerado, essa explosão interrompida, pré-erupção, pré-revolução, cravo em botão. Sou o grito contido, jorro de luz que se esconde. Será que aguardo o momento de sair? Ou contido serei? Um grito calado, força do...